Mulheres tardam em “furar” o “mundo masculino” da política local
22 de Setembro de 2021, por Aline Flor
Chegou a vez da Lei da Paridade nas autarquias? Os números contam, mas não são tudo. Lei trouxe algumas mudanças ao nível local, mas não nos cargos de maior poder e visibilidade. São precisas outras medidas para impulsionar a participação das mulheres.
Nas eleições deste domingo, pela primeira vez, a Lei da Paridade vai aplicar-se em pleno em eleições autárquicas, estreando-se também o novo patamar mínimo de 40% para cada género. Na primeira versão, aprovada em 2006, a lei estabelecia que as listas para a Assembleia da República, Parlamento Europeu e autarquias locais deveriam “ser compostas de modo a assegurar a representação mínima de 33% de cada um dos sexos”, mas ficavam isentas destas regras as listas para os órgãos das freguesias com 750 ou menos eleitores e ou dos municípios com 7500 ou menos eleitores.
Era o caso de Alfândega da Fé, com pouco mais de cinco mil habitantes, que desde as eleições de 2009 elegeu para presidente da Câmara a socialista Berta Nunes. Foi a primeira autarca mulher no distrito de Bragança, recorda em conversa com o PÚBLICO a actual secretária de Estado para as Comunidades, que tinha abandonado o seu terceiro mandato na autarquia para assumir um lugar no Parlamento.