Público – O período não tem de ser tabu, mesmo para os rapazes que menstruam

O período não tem de ser tabu, mesmo para os rapazes que menstruam

10 de Julho de 2020 por Aline Flor

Para os adolescentes transgénero, a entrada na puberdade pode ser um momento muito doloroso. Esta semana, em conversas no Twitter sobre “pessoas que menstruam”, várias vozes questionaram a expressão.

Pedro recorda-se do zum zum gerado por uma campanha de recolha de produtos menstruais na sua faculdade. O Colectivo Feminista de Letras decidiu colocar os tampões e pensos higiénicos recolhidos não apenas na casa de banho feminina, mas também na masculina. Houve pessoas que estranharam, mas nas conversas começou-se a “fazer o clique”: os colegas transgénero também poderiam precisar desses produtos.

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Público – Quem cuida das vítimas de violação?

Hospitais pouco preparados para lidar com homens vítimas de violência sexual

9 de Fevereiro de 2020 por Aline Flor

Amadora-Sintra falhou no atendimento a homem vítima de violação. Queixa foi arquivada porque não havia protocolo para homens, apenas para mulheres. Hospital já reviu protocolo, mas DGS não confirma se situação ocorre noutros hospitais.

Em Maio de 2019, Diogo procurou a polícia para denunciar uma violação de que tinha sido vítima dois dias antes. Foi logo encaminhado para as urgências do Hospital Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), mas não houve urgência no tratamento ou na recolha de prova e o jovem acabou por ficar seis horas à espera. Foi atendido já de madrugada. No consultório, Diogo, que tem um défice cognitivo, não foi sequer ouvido pela médica, que se dirigiu sempre apenas à mãe. Não lhe foi logo proposta a profilaxia pós-exposição, que impede a transmissão de infecções como o VIH. Sendo tão tarde, o gabinete da Medicina Legal — que tinha estado a postos para atender Diogo, depois de ter sido alertada pela polícia — já só o veio a atender de manhã.

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Quem cuida das vítimas de violação?

9 de Fevereiro de 2020 por Aline Flor

Orientações da tutela não poupam vítimas de trauma das longas esperas nas urgências. Encaminhamento para apoio psicológico também está fora dos passos recomendados, sendo garantido por projectos especializados fora do SNS.

Em Setembro do ano passado, Jorge foi coagido a ter relações sexuais com uma mulher desconhecida, que o terá abordado numa discoteca em Coimbra num momento em que, depois de consumir álcool em excesso, não se encontrava capaz de dar o consentimento. “O estado de embriaguez no qual me encontrava não me permite recordar todos os momentos da noite”, relata ao PÚBLICO, num contacto por e-mail. Lembra-se de “apenas alguns episódios”, diz, entre os quais “alguns do momento do abuso”. No dia seguinte, ao acordar, o que o perturbava era “a dúvida e suspeita muito grandes de não ter sido usada protecção”.

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Público – Prevenção da transmissão do VIH na gravidez é uma “história de sucesso”

Prevenção da transmissão do VIH na gravidez é uma “história de sucesso”

1 de Dezembro de 2019 por Aline Flor

Há mais de duas décadas que se sabe como prevenir a transmissão. Nos últimos dez anos, nasceram pelo menos 2378 bebés em Portugal filhos de mulheres infectadas com o VIH.

Gisela já começou a sentir o bebé a mexer. “Até demais”, brinca. Com 21 semanas de gravidez, as análises estão bem, não tem perdas de sangue, continua a tomar ácido fólico e ferro. Daqui a algumas semanas seguem-se as análises à glicose, para despiste de diabetes. “Carga viral indetectável”, nota a médica, olhando para o registo. “Tem feito a medicação toda certinha, todos os dias?” A resposta é positiva. “Vamos então ouvir o bebé e medir a barriga”.

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Público – Jaha Dukureh: “Começar o diálogo é o mais difícil e o mais importante”

Jaha Dukureh: “Começar o diálogo é o mais difícil e o mais importante”

1 de Setembro de 2019 por Aline Flor

Uma das vencedoras deste ano do Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa é a gambiana Jaha Dukureh, que defende que é preciso “quebrar o silêncio cultural” à volta da violência contra as mulheres. Para a activista, permitir que as comunidades liderem o diálogo “é o único caminho para a mudança”.

Aos 25 anos, Jaha Mapenzi Dukureh já agitava o mundo à sua volta. Estávamos em 2014 e Dukureh, nascida na Gâmbia, acabava de convencer o então Presidente norte-americano, Barack Obama, através de uma petição, a encomendar um estudo sobre a prática de mutilação genital feminina (MGF) em mulheres residentes nos EUA. Cumprida a missão, resolveu regressar à sua terra natal, onde contribuiu para a decisão histórica que proibiu a MGF no país, em 2015.

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Mutilação genital: Décadas de denúncia e uma nova geração de activistas

1 de Setembro de 2019 por Aline Flor

A gambiana Jaha Dukureh, que aos 30 anos é uma das galardoadas com o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa, é um dos rostos da nova geração de activistas que combatem práticas tradicionais nefastas, uma mobilização que ganhou novo fôlego na última década. Em Junho deste ano, Dukureh conseguiu convencer imãs islâmicos — incluindo um representante do grande imã de Al Aazhar, uma das mais prestigiadas instituições do islão sunita — a emitir uma fatwa contra o casamento infantil, uma decisão com grande peso no mundo islâmico.

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Público – Os homens também são vítimas de abuso sexual

Os homens também são vítimas de abuso sexual e há uma associação que já ajudou 146

18 de Janeiro de 2019 por Aline FlorMiguel Feraso Cabral (Ilustração)

Associação de apoio a homens vítimas de violência sexual, a Quebrar o Silêncio, funciona há dois anos e duplicou os atendimentos em 2018. Maioria das vítimas demora entre 20 a 30 anos a falar sobre os casos.

Prestes a completar 51 anos, Miguel sente que voltou à vida. Durante quase três décadas, viveu de forma “errante em todos os sentidos”. Saiu de casa dos pais aos 17 anos, aprendeu artes marciais, trabalhou como segurança na noite e a fazer “cobranças difíceis”, consumiu substâncias ilícitas, arranjou muitas confusões. Foi esta a personagem “durona” que criou para o mundo — mas o que os outros não viam era que mal conseguia “viver dentro da sua cabeça”. Até que, quando se casou e teve uma filha, a vida estável começou a ficar marcada pelo trauma que vivia dentro de si.

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Público – Prostituição é trabalho? “Não sei se vamos conseguir consensos, talvez tolerâncias”

Prostituição é trabalho? “Não sei se vamos conseguir consensos, talvez tolerâncias”

19 de Agosto de 2018 por Aline Flor

Reduzir riscos e garantir o acesso a direitos. A Plataforma Lisboa — Trabalho Sexual, grupo de trabalho convocado pela autarquia, começou em Abril a coordenar respostas à população, mas foi posta em causa por iniciativa de várias associações de mulheres e de partidos da oposição. O que fica por fazer enquanto a cidade debate o tabu da prostituição?

Fim de tarde no Intendente, em Lisboa. Catalina, de 21 anos, é colombiana e está em Portugal há três meses. Trabalha num apartamento com outras pessoas. Conta-nos como é a vida no trabalho de prostituição. “Há coisas de que gostas, outras menos, trabalhar horas e horas… Mas precisava de trabalho.” Na Colômbia, estava a estudar Enfermagem e por cá também pensa voltar a estudar. Mas, para já, está “à procura de outros trabalhos”. “Se estivesse legal, era mais fácil.”

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Público – “As restrições menstruais atingem todos os aspectos da vida das nepalesas”

Radha Paudel: “As restrições menstruais atingem todos os aspectos da vida das nepalesas”

15 de Abril de 2018 por Aline Flor

Em algumas regiões do Nepal, a segregação das mulheres durante a menstruação assume os contornos da chhaupadi, um ritual que passará a ser crime em Agosto deste ano. A activista Radha Paudel fala sobre o peso desta prática no caminho para a igualdade. “Não é fácil quebrar esta tradição que existe há séculos”.

Radha Paudel trabalha para desmistificar “rumores e ideias erradas” sobre a menstruação. No Nepal, em particular nas regiões remotas ocidentais, persiste a chhaupadi, uma tradição em nome da qual as mulheres são banidas de casa durante o período menstrual e têm que se abrigar em cabanas rudimentares, sujeitas a condições desumanas. A lei que proíbe esta prática entra em vigor em Agosto deste ano.

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ZAP – 8 apps para saber se precisa de ir ao médico

8 apps para saber se precisa de ir ao médico

11 Fevereiro, 2014 por 

Há aplicações cada vez mais mirabolantes, mas um pequeno grupo delas pode realmente ajudar. Selecionamos algumas para as dúvidas de saúde mais normais: constipações, problemas de visão, problemas de pele, acompanhamento cardíaco, primeiros socorros. 

Atenção: seja qual for o resultado, este não deve impedi-lo de fazer uma visita ao médico, se positivo, nem fazê-lo entrar em pânico, se negativo. Mas não custa nada ter uma ideia do que pode ouvir quando for ao consultório.

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